quinta-feira, 22 de outubro de 2009

CARTA ABERTA AOS OPOSITORES DE LULA (por Rodrigo Barros)

Senhores Leitores,

Nunca antes na minha vida fui defensor de Luis Inácio Lula da Silva. Quem me conhece sabe que tenho até um viés mais acentuado para o conservadorismo, desde que dentro de parâmetros racionais.

Entretanto, ouvindo um discurso do nosso presidente, abri uma tangente no tempo e comecei a rememorar alguns fatos que marcaram a subida de Lula ao poder, bem como alguns fatos ocorridos na constância de seu governo, que me fizeram refletir bastante, de modo que gostaria de compartilhar com nossos colegas.

Como disse, nunca fui defensor de Lula e acho que o presidente não precisa de mim para isso. É sob essa premissa que gostaria que os senhores pautassem a presente leitura.

Desde quando comecei a gostar de política, lá pelos idos de 1987, ainda era bem menino, mas já acompanhava a inflamada política brasileira.

Lula sempre foi candidato a presidente da repúbica, desde o reinício das eleições diretas, que foram a pedra de toque do processo de redemocratização que o país vinha passando.

De lá para cá, pudemos acompanhar uma evolução muito grande do Lula sindicalista, para o Lula estadista.

Na eleição na qual foi eleito (2002) as campanhas da então "situação", acuadas pela vertiginoso crescimento de Lula nas pesquisas, exploravam a figura do medo. Os medos explorados pela situação, mais precisamente pela candidatura de José Serra eram basicamente os seguintes: a)Medo de que Lula não mantivesse a política econômica segura na qual o PSDB nos colocara por meio do Presidente Fernando Henrique e de sua equipe; b) Medo de que ele não soubesse se portar frente às autoridades internacionais, por ser um operário de formação; c) Medo de que Lula tornasse a promover um inchaço na máquina pública, fazendo dela um cabide de empregos para seus "companheiros"; d) Medo de que Lula se tornasse um caudilho, aplicando golpes para se eternizar no poder.

Quando toma posse Lula vem com um discurso inovador. Falava muito nas "reformas que o Brasil precisa" e começa a implementar o seu jeito de governar.

Depois de quase dois mandatos, aquele "medo" o qual a oposição se referia se transformou, a contrariu sensu, em algumas conquistas do seu governo, tais como: moeda forte e economia mais estabilizada que a do início do Plano Real; geração de empregos muito maior do que as médias históricas existentes; o Brasil alcança prestígio internacional, sendo cogitada uma vaga para o Conselho de Segurança da ONU; a dívida com o FMI foi inteiramente paga, sendo o Brasil, atualmente, credor do mencionado fundo; a Crise Internacional foi melhor administrada no Brasil do que em qualquer outro país; Lula obtém reconhecimento e nutre excelente relacionamento com presidentes de grandes potências mundiais; isso sem falar na oportunidade que teremos de sediar dois eventos de porte internacional tais como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Falo tudo isso aqui sem o menor rigor acerca de dados e fontes, mas tão somente de forma genérica para demonstrar que o medo dos integrantes da situação era nada mais do que um preconceito.

Isso não é um céu azul para o nosso país. Temos muitas tragédias sociais, má distribuição de renda, corrupção aos montes, mas isso é um indicativo de como as coisas melhoraram por meio das decisões de um cidadão que é gente como nós. Que sentiu na pele a dor da pobreza e da fome e que, ao contrário das críticas, tem um discurso que consegue alcançar Barak Obama, mas também é compreendido pelo sertanejo do nordeste.

Não acho que nosso presidente seja um santo, mas nenhum deles foi. Não acho que ele não favoreceu seus companheiros, mas a forma como o Fernando Henrique loteou as empresas públicas e concessões do nosso país, também foi favorecimento. Não acho que a corrupção não tenha feito parte do seu governo, mas todos os governos do Brasil têm escândalos.

Corrupção por corrupção, medo por medo, críticas por críticas, isto é, desconsiderando tudo aquilo que todo governo tem e considerando os diferenciais de toda a história democrática brasileira, Lula vai ficar para a história como o presidente da república que mais projetou o Brasil internacionalmente, mas também como o presidente que mais fomentou o crescimento interno do país.

Agora, vêm as especulações a respeito da sua sucessão, e pela primeira vez em mais de 20 anos não teremos o nome de Lula como um dos candidatos nas próximas eleições presidenciais, cumprindo rigorosamente com seu mandato, sem alterações, sem jogo sujo, sem golpes.

Sentiremos falta do, porque não, "Presidente Cidadão"!

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