segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cinco bispos anglicanos anunciam conversão ao catolicismo

Vaticano autorizou a adesão dos sacerdotes, mesmo alguns deles sendo casados e pais de família.

Da BBC para o G1 (08.11.2010)

Três bispos anglicanos em atividade e dois bispos aposentados vão passar a servir à Igreja Católica, informou o Vaticano nesta segunda-feira (8).

Os bispos estão deixando a Igreja Anglicana por divergências quanto à ordenação de homossexuais e mulheres, o que contraria os sacerdotes mais tradicionais.

Na tentativa de abrigar os descontentes com a Igreja Anglicana, a Santa Sé autorizou a adesão dos bispos anglicanos ao catolicismo, apesar de alguns serem casados e pais de família.

Em decisão de 2009, o Vaticano havia dito que padres anglicanos casados que queiram se converter terão seus pedidos analisados, caso a caso. Mas advertiu que isso não significava uma mudança na condição de celibato entre seus padres.

A Conferência de Bispos Católicos britânica disse que fará uma plenária no mês que vem para discutir a ordenação dos cinco anglicanos, mas já lhes deu as boas-vindas.

Já o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, líder espiritual da Igreja Anglicana, lamentou as renúncias dos bispos, mas desejou-lhes sorte 'na próxima etapa de seu serviço à Igreja'.

Divergências
Robert Pigott, analista de assuntos religiosos da BBC, diz que a renúncia dos anglicanos não é surpreendente.

Os bispos em questão - Andrew Burnham, Keith Newton e John Broadhurst, em atividade, e Edwin Barnes e David Silk, aposentados - já cuidavam de paróquias 'que não aceitavam a decisão de 1992 da Igreja de ordenar mulheres ao sacerdócio', diz Pigott.

No entanto, como os bispos têm cargos de destaque na hierarquia da Igreja, sua decisão é um marco importante e pode influenciar a saída de outros sacerdotes.

Os tradicionalistas advogam que, segundo a crença de que Jesus escolheu homens para serem seus apóstolos - e, portanto, liderarem a Igreja -, as mulheres não podem cumprir esse papel.

Em entrevista à BBC, Burnham disse que a ordenação feminina era um ponto importante de discórdia, mas atribuiu sua decisão de 'aceitar o convite do papa' por achar que a Igreja Anglicana está se afastando de seus princípios e 'fazendo suas próprias regras'.

Em comunicado, os cinco bispos dissidentes haviam dito que repudiavam o 'distanciamento' crescente entre anglicanos e católicos.
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COMENTÁRIO DO EDITOR
O texto acima nos mostrou a insatisfação de religiosos anglicanos que tiveram que se "converter" ao catolicismo para continuar a confessar as suas crenças dentro dos valores que entendem basilares para sua distinção no meio social.
Longe de querer entrar no mérito da razão pela qual os religiosos tomaram esta medida, gostaria de traçar um paralelo com o que vem ocorrendo com as igrejas de um modo geral no nosso país, e quem sabe até no mundo.
Meus caros, o que tem supostamente atraído as pessoas para mais perto de Deus é um clientelismo desgraçado. Alguns líderes religiosos estão se bandeando para o lado mais podre que existe.
Eles nos levam a pensar que o nosso relacionamento com Deus deve se pautar pela nossa necessidade de se dar bem, de vencer na vida, de possuir bens.
Baldados nessa falsa promessa de prosperidade, o fiel se vê como a única pessoa que está "dando errado na vida", de modo que precisa mudar essa situação, porque filho de Deus que é filho de Deus não passa apuros. Isso é o que eu chamaria de aspecto subjetivo da atração.
Esse aspecto, aliado a técnicas de programação neurolinguística e de se lançar mão de pessoas extremamente persuasivas, com músicas de fundo que colocam a pessoa numa sintonia psicológica que a impede de fazer quaisquer questionamentos, apelando para o lado da emoção nas reuniões, são os elementos necessários para "ganhar" mais essa pessoa. É o que eu chamaria de aspecto objetivo.
Esses dois aspectos aliados: necessidade + oportunidade ou procura + oferta, são conhecidos princípios do comércio, do mercado, da economia.
Isso nos faz concluir que a religião hoje está sendo comercializada como mais um produto oriundo das necessidades humanas, como um aparelho de barba, como um saco de feijão, como uma roupa. Você precisa, nós oferecemos! Seu problema é o nosso negócio!
O pior é quando a religião passa a servir de clientelismo político. Os extremistas religiosos que estão nos topos das pirâmides enviam seus seguidores para a prática de atos de terrorismo em nome do seu deus ou deuses (seja ele qual for), mas no fundo no fundo pensam numa sociedade pautada por regimes de exceção, porque são "proprietários" de nojentas Capitanias e republiquetas onde o que vigora é a vontade do líder mas... the king can do no wrong.
Mas diga você aí o que acha? Responda a estas simples perguntas!
Você acha que Jesus, Buda, Maomé, Alan Kardec etc. em algum momento pregaram estas barbaridades? Independentemente da religião que você professa, você acha que isso que estamos acompanhando pelos jornais e televisão é algo que estes maravilhosos personagens da história diriam a você?
Não acho que todos os caminhos levam a Deus. Só existe uma verdade! Só que, ontologicamente, não conhecemos a verdade. Sem prejuízo das diferenças entre as religiões, que é o que todo mundo prefere ver, prefiro ficar ccom o que estes personagens pregaram de comum.
Como eram e são tratados como pessoas/divindades, de alguma maneira em tudo o que eles falaram há um conteúdo comum. Há algo consonante em todos eles: a paz, a harmonia, o amor ao próximo e o respeito a Deus - tudo isso foi pregado de alguma maneira e dito de alguma forma por todos eles. É o que já se chamou na literatura evangélica de "Fator Melquesedeque" (perdoem-me por não lembrar do autor desse livro).
E o que essa notícia que estamos comentando tem a ver com tudo isso? Não é tão simples!
O que está estragando a mensagem de Deus para a humanidade é a maldita intervenção do homem. Somos nós que distorcemos tudo! Somos nós que tentamos dirigir a mensagem de Deus para as nossas próprias necessidades pessoais, sem pensar no coletivo. Queremos nos dar bem! Queremos usar a Deus, quando na verdade, somos nós que teríamos que nos orgulhar em ser usados por Ele.
Ele nos deu vida e saúde para que consigamos todas as coisas. O que precisamos é da força dEle. Precisamos dEle do nosso ladinho, nos dizendo por onde ir e o que fazer. Quando caímos (e isso é inevitável - mais dia menos dia nós vamos cair) ele está lá para nos levantar. Mas ele nos levanta sozinhos? As vezes sim, mas, invariavelmente se utiliza do próximo para passar a sua mensagem e nos ministrar aquela dosezinha de força para caminharmos para frente e olhando firme nos nossos propósitos de vida.
Eu preciso de você! Você precisa de mim! Nós precisamos de Deus do jeito que Ele é e não do jeito que a religião diz que Ele é.
A proximidade com ele não garante prosperidade! Mas garante segurança de viver sob a luz do Pai Celestial!
Paremos de distorcer a mensagem de Deus para a humanidade em todos os aspectos. Não dá mais para acreditar que Deus é assim!
Um efusivo e cordial abraço.
Esse é o Deus de verdade

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